Laurits Tuxen
Esta é a última pintura da grande coleção do Museu Skagens que lhe apresentamos este mês. Esperamos que tenha adorado estas belas obras de arte tanto quanto nós :) Tenha um ótimo sábado!
Quando vemos este trabalho ao vivo, a primeira coisa que realmente nos atinge são as suas dimensões. Tem o tamanho exato para estimular a sensação de estar em frente dum mar agitado, pois deixa no observador a impressão de poder atravessar diretamente para a imagem. O horizonte relativamente baixo da cena exacerba esta experiência. Laurits Tuxen pintou o pôr do Sol no momento exato em que o Sol acaba de se pôr, restando apenas um matiz dourado no céu e os últimos raios refletidos nas ondas em primeiro plano. Os azuis frios contrastam com o quente dos laranjas e amarelos. É possível vislumbrar vagamente um navio longínquo ao fundo. As águas de Skagen ainda eram então causa de numerosos naufrágios.
Talvez seja por isto que Tuxen pintou um naufrágio na frente esquerda. O artista é um dos pintores de Skagen menos conhecidos e que menos atenção recebeu. Uma razão provável terá sido o facto de não residir em Skagen quando a colónia de artistas estava no seu auge em finais do século XIX. Outro motivo plausível será que era muito mais que um pintor de Skagen, e portanto mais difícil de categorizar. No final do século XIX, Tuxen, assim como P.S. Krøyer, foi considerado como tendo um grande talento para a pintura, mas ao contrário de Krøyer, a quem pode ser comparado em diversos aspetos, escolheu enveredar por uma carreira como retratista real no início da década de 1880. Nessa altura, a Ruptura Moderna na arte e literatura dinamarquesas tornou-se numa realidade, e a escolha de Tuxen não foi muito popular entre os seus colegas artistas e os críticos de arte radicais. Tuxen só voltaria a Skagen em 1901, precisamente quando a influência da colónia na arte dinamarquesa começava a esmorecer rapidamente. Hoje é reconhecido, primeiro que tudo, como pintor real e co-fundador do Museu Skagens, inaugurado em 1908.