Na última quarta de “Thoughts on Art”, nos questionamos sobre uma atitude estética que pudesse nos deixar contemplar a feiura de um jeito significativo e artístico.
Para responder o que foi questionado na última semana, “podemos nos sentar em desespero e refletir sobre uma estética inquietante?”, nós teremos que olhar pela perspectiva de Jerome Stolnitz, um filósofo formalista.
Stolnitz define a atitude estética como uma contemplação desinteressada, consciente apenas do objeto analisado. Existem vários tipos de interesses que são, portanto, excluídos da atitude estética, como o interesse em possuir uma peça de arte por orgulho ou prestígio, ou por interesse em sua raridade ou valor comercial.
Mesmo aqueles interesses relacionados a utilidade, como uma análise histórica da arte, para conhecimento sobre a biografia do artista através de suas obras, ou aqueles de um meteorologista procurando por informações nas belas linhas da previsão do tempo, não são consideradas estéticas.
Para Stolnitz, a estética isola a peça, ela foca naquele que está contemplando, alienando todo o resto, absorvendo toda a atenção do individual – é um momento de perda de tudo o que há ao redor, para experimentar a singularidade desinteressada do que é apresentado.
-Artur Dionisio