A Morte do General Wolfe

Quando Benjamin West exibiu A Morte do General Wolfe, na Academia Real Inglesa, em Londres, causou uma controvérsia. Embora George III gostasse de West e possuísse 65 de suas pinturas, ele foi aconselhado por Sir Joshua Reynolds a não comprá-la. A controvérsia foi sobre as roupas dos protagonistas. A pintura retrata o momento em que o General Wolfe morre na Batalha das Planícies de Abraão, uma batalha que ocorreu em 1759, entre a França e a Grã-Bretanha por Quebec. O general Wolfe está ciente da vitória britânica antes de morrer, o que torna sua morte digna da causa. West usou a tradicional composição piramidal com a bandeira como topo da pirâmide, e colocou o General Wolfe e as figuras ao redor numa pose que lembra A Lamentação de Cristo, mas ele retratou figuras de uma pintura histórica em trajes contemporâneos. Até o momento, as figuras nas pinturas históricas sempre apareceram em armaduras antigas, na verdade, West foi convidado a trocar as roupas dos personagens na obra, mas recusou.  Alguns, como o arcebispo Drummond, aconselharam West fortemente a evitar pintar Wolfe e outros em trajes modernos, o que foi pensado como depreciativo com o heroísmo atemporal do evento. Pediram-lhe que pintasse as figuras usando togas. West recusou escrevendo: “a mesma verdade que guia a caneta do historiador deve governar o lápis [pincel] do artista.” Para piorar ainda mais, ele também tinha o general Wolfe em um uniforme muito simples. Havia também o problema do índio americano fictício, na frente da planície, que está sentado junto ao grupo, em pensamento profundo, observando os dois países lutando por uma terra que pertencia aos nativos. Isso pode ser uma referência ao nobre selvagem sobre o qual Rousseau escreveu, que por acaso é muito mais simples e mais virtuoso do que aqueles corrompidos por todos os vícios da sociedade moderna. Dedicamos esta pintura aos nossos queridos usuários canadenses, especialmente a Mike Jones, que a sugeriu.