Édouard Manet
Quando pensamos em Manet, não esperamos ver algo como o artigo de hoje. Como gostamos de ser inesperados, decidimos comemorar o aniversário de Edouard Manet com uma pintura religiosa, O Cristo Morto com Anjos.
Um dia Manet comentou com Antonin Proust: "Há uma coisa que sempre quis fazer, que é pintar uma crucificação. Cristo na cruz - que símbolo maravilhoso! Podes continuar a procurar até o fim dos tempos, mas nunca vais encontrar nada parecido. "
Manet identificou a fonte dessa pintura, a primeira de várias cenas religiosas, na inscrição na rocha: o Evangelho segundo São João. Na passagem citada, no entanto, o túmulo de Cristo está vazio, exceto por dois anjos. Depois de Manet enviar a tela para o Salão de 1864, ele percebeu que havia se distanciado ainda mais do texto, retratando a ferida de Cristo do lado errado. Apesar do aviso de Charles Baudelaire de que "daria ao malicioso algo para rir", o artista não corrigiu o seu erro. Os críticos de fato denunciaram a imagem, particularmente o realismo do corpo cadavérico de Cristo. Mas um novo campeão de Manet, Emile Zola, foi particularmente atraído por esta obra, na qual encontrou mais morte do que vida. "Dizem-nos que este Cristo não é um Cristo", escreveu ele em La Revue du XIXe siècle, "e admito que sim. No que me diz respeito, é um cadáver, pintado com ousadia e vigor, com a luz completo. Até gosto dos anjos ao fundo - crianças com grandes asas azuis. "
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