Rembrandt van Rijn
A pintura de hoje faz parte da exposição The Shape of Time do Museu de História da Arte em Viena. A exposição desafia a arte moderna e contemporânea com os Old Masters ("antigos mestres"), explorando o desenvolvimento transcultural de ideias e imagens ao longo dos séculos e revela as conexões enigmáticas entre influência, talento e oportunidade. Você pode ler mais sobre a exposição e ver algumas das comparações em DailyArtMagazine.com.
Há muitas evidências de que a série de quase quarenta autorretratos de Rembrandt (feito único na história da pintura), todos muito bem documentados, serviu como mais do que meramente um veículo para a autorreflexão do pintor de Amsterdã, eles também eram um meio adequado para ele se apresentar ao público, uma forma de marketing pessoal. O termo autorretrato ainda não era comum na Holanda do século XVII. Tal pintura era mais provável de ser referida como “um retrato de Rembrandt pintado por ele mesmo”. Assim, para o ambicioso colecionador, essa pintura era duas coisas: a imagem de Rembrandt e, ao mesmo tempo, um exemplo de sua arte. Rembrandt concentrou pouca luz em seu rosto. Sua roupa simples, adornada apenas nos ombros e na gola, é suavemente iluminada e sugere meramente sua estatura. Inteiramente fixado nas características faciais do envelhecimento, o espectador é inicialmente distraído da postura autoconfiante, quase desafiadora. Os dois polegares enganchados em um cinto que parece ter sido amarrado na cintura são uma antítese autoconfiante para o semblante melancólico e complexo. O rosto de Rembrandt é enfatizado ainda mais por seu contraste com outras partes do retrato, com sua aplicação uniformemente espessa de tinta, em geral uma característica de seus últimos trabalhos. Em contraste com os autorretratos anteriores, nos quais o artista costuma estar vestido com tecidos luxuosos, Rembrandt escolheu uma roupa simples; talvez seja mesmo o avental que o artista usou em seu estúdio.
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