A caminho de Anacapri

Bem, Junho é o Mês do Orgulho LGBTQ! Para ser mais exacto, o Mês do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual, Transgénero e Queer (LGBTQ) é actualmente celebrado todos os anos, no mês de Junho, para honrar a Revolta de Stonewall de 1969 em Manhattan. Nesta ocasião, queremos partilhar convosco a história de Gerda Wegener e Lili Elbe, que também é conhecida graças ao filme A Rapariga Dinamarquesa. 

Gerda, que pintou a obra-prima de hoje, foi uma ilustradora e pintora dinamarquesa. É conhecida pelas suas ilustrações de moda e, mais tarde, pelas suas pinturas que ultrapassaram os limites do género e do amor do seu tempo. Estas obras foram classificadas por vezes como "erotismo lésbico" e muitas foram inspiradas pela sua parceira, a mulher transgénero Lili Elbe. Lili, nascida Einar Wegener, foi também uma artista e uma das primeiras beneficiárias da cirurgia de mudança de sexo. Após a transição, em 1930, mudou o seu nome legal para Lili Ilse Elvenes e deixou de pintar; mais tarde, adoptou o apelido Elbe. Morreu devido a complicações após um transplante de útero.

Gerda desenhou e pintou vários quadros dela e de Lili juntas. Em 1922, pintou um dos melhores exemplos de uma das muitas viagens do casal a Itália, incluindo várias a Capri— este retrato duplo. Ambas as mulheres usam maquilhagem, assim como jóias e vestidos em tons vermelhos. Lili é mais alta; os seus anéis são idênticos. O retrato é pintado em cores delicadas e tem uma leveza quase etérea e onírica, como se o momento fosse intemporal. Mais uma vez, existe uma certa atmosfera renascentista, especialmente no perfil estrito do auto-retrato.

P.S. Fascinado por Gerda Wegener? Aqui podes ler mais sobre esta feminista da Art Déco!