Dieric Bouts, um dos principais artistas do Norte da Europa da sua geração, adorava misturar uma abordagem contemplativa da pintura com uma poderosa espiritualidade. Para ser honesta, a pintura que hoje apresentamos é um tanto barroca. À medida que Cristo se levanta do túmulo, o drama e a teatralidade do momento são suavizados pelo olhar fixo de Cristo e pelo fundo lírico da paisagem. Enquanto as figuras de Cristo e do anjo são claramente inspiradas por uma variedade de predecessores do Norte e do Sul dos Países Baixos (sobretudo Jan van Eyck e Rogier van der Weyden), a figura caída do soldado é tão renascentista!
A Ressurreição pertence a um retábulo de quatro ou cinco partes, agora separadas, que conta a história da vida de Jesus. Tal como o pastel, a técnica - têmpera sobre linho não cortado - é inerentemente delicada e as cores fugidias, o que torna ainda mais extraordinário que esta primeira tela tenha sobrevivido num estado de conservação notável.
A todos os cristãos católicos: Feliz Domingo de Páscoa!
P.S. Aqui poderão ler a história da Semana Santa e da Páscoa por meio da pintura.
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