As Namoradas by Gustav Klimt - 1917 destruída As Namoradas by Gustav Klimt - 1917 destruída

As Namoradas

óleo sobre tela •
  • Gustav Klimt - July 14, 1862 - February 6, 1918 Gustav Klimt 1917

Principalmente em seus últimos desenhos, Klimt retratava o amor homossexual. Nesta pintura, os corpos das mulheres parecem ser desmaterializados. O fundo se dissolve em um espaço ornamental decorativo. A apropriação de Klimt da ornamentação oriental atingiu o seu ápice por volta de 1917, com pinturas como As Namoradas. É claro, iconografias “emprestadas”, o alicerce de suas primeiras pinturas encomendadas, não era novo para o artista, tampouco ele não era habituado ao design japonês. Ao longo do período mosaico, ele havia explorado relações ambíguas entre figura e chão, similares àquelas vistas em gravuras japonesas, mas a sua fidelidade teimosa à verossimilhança tridimensional sempre o impediu de atintar unidade total de planos. Tematicamente, é claro, o tema de As Namoradas era uma recapitulação do imaginário lésbico que era recorrente no trabalho de Klimt desde Serpentes de Água, de 1904. Entretanto, o mundo no qual se situa As Namoradas parece um lugar muito menos proibidor que o de Serpentes da Água, e elas são pessoas muito menos proibidoras. Apesar das qualidades espaciais surreais do quadro, é evidente que este casal não habita no fundo dos oceanos, mas vive acima do chão, respirando oxigênio. Ambos os rostos são retratados, encarando o espectador compassivamente. O sentimento entre elas é menos uma paixão erótica do que é uma tenra afeição, e a união homossexual “não-natural” aqui recebe uma qualidade “yin/yang” de inevitabilidade. Esse dualismo é expressado por ambas, pela aparência física das duas – uma vestida e outra nua – e pelos pássaros que as rodeiam. Na esquerda está uma Fênix fantástica, símbolo da regeneração; e na direita estão as forças inevitáveis da condenação, o corvo e o ganso sinistro de olho vermelho. As amigas então se tornam símbolos da eterna dificuldade humana: um casal cuja situação, longe de ser anormal, assume uma magnitude prototípica.

Nós dedicamos esta obra de arte a nossas amigas Ala e Dominika.

Mais amor, menos ódio, #LoveWins #oAmorVence