Peter Paul Rubens
Rubens nasceu no dia 28 de Junho, há exatos 439 anos. E para comemorar esta ocasião eu apresento um dos meus quadros favoritos, o absolutamente fantástico - A Queda dos Condenados. Conhecido também como A Queda dos Anjos Rebeldes, este é um quadro religioso monumental. Ele retrata um emaranhado de corpos dos condenados, arremessados no abismo pelo arcanjo Miguel e anjos que o acompanhavam. David Freedberg avaliou este quadro como "a mais brilhante reunião de suculenta carne nua na arte Ocidental".
A pintura é um retrato da expulsão dos condenados e dos anjos caídos por Miguel durante o julgamento final. No momento em que o julgamento é pronunciado, aqueles que são declarados culpados são enviados para o inferno, um mergulho para a destruição, em um vertiginoso tornado de corpos que caem. Na parte inferior, um monge é puxado para baixo, atormentado por demônios. Acima dele, uma mulher imensa é carregada nas costas de outro demônio, seu rabo enrolado nas pernas dela. De todos os ângulos, se contorcendo e revirando, essas almas desafortunadas veem, com terror, seu destino terrível. Alguns deles cobrem as cabeças envergonhados.
Há quem assuma que Rubens é o fundador do uso do movimento humano, da carne e da sensualidade dentro do estilo Barroco. Os culpados, na imagem, são retratados nus, como é comum do estilo do pintor, e a massa é lançada para o inferno por um indivíduo que agarra todos aqueles que vão caindo. Ninguém que tenha sido culpado de algum pecado é poupado, como é possível ver nas laterais do quadro onde alguns humanos são jogados direto para o inferno, sem ter passado pelo tornado. É possível ver que os anjos caídos continuam agindo de maneira perversa, já que eles atormentam os humanos culpados mesmo sabendo que eles mesmos também estão sendo arremessados ao abismo. O contraste de luz do ponto mais alto para as partes inferiores mostra a queda, saindo da luz do paraíso em direção a escuridão desesperadora do inferno.
Em 1959, um vândalo jogou ácido nesta pintura, causando danos severos. Segundo suas palavras, ele não destruiu o trabalho diretamente, mas o ácido apenas "nos aliviou do trabalho da destruição".