Noiva Havaiana

Madge Tennent casa o sereno com o hipnotizante nesta representação de uma mulher Havaiana perto da felicidade matrimonial, com um Lei Po‘o na sua cabeça e cravos cerimoniais no torso. Feito no auge da carreira de Tennent, Noiva Havaiana simboliza uma diversificação estilística dos tons brilhantes e contornos pronunciados de Cor Local (1934) para composições mais subjugadas e etéreas. “Usando um forte impasto [técnica na qual tinta, geralmente óleo, é espalhada numa área da tela ou em toda a tela de forma tão espessa que os objetos usados para pintar são visíveis] de uma forma genial,” explicou a London Apollo Magazine, “Tennent dá à sua tela uma qualidade glamourosa, da qual as figuras lentamente se desprendem a elas próprias, assim como um pode discernir formas num ambiente de névoa iridescente.” Por detrás de um véu diáfano e atmosférico, óleos complementares fundem-se em uma das matriarcas dinâmicas de Tennent, misturando o contorno em cobalto da figura com o fogo fátuo ao seu redor.

Em 1935, Noiva Havaiana viajou com cinco outros grandes quadros para espetáculos de uma mulher realizados em Paris, Londres, Cairo, e Nova Iorque. No ano seguinte, ela selecionou Noiva Havaiana e Hipismo Havaiano Antigo para aparecerem em alguns espetáculos na Califórnia. Enquanto ambos os trabalhos foram bem recebidos em Los Angeles e São Francisco, foram recusados no Oakland Annual. Um Diego Rivera indignado escreveu pessoalmente a Tennent para soltar a sua raiva na “estupidez” do comité, dizendo: “Tivesse eu sido parte do júri que recusou os seus quadros, teria RENUNCIADO permanentemente.”  

Apesar da indelicadeza de Oakland, Noiva Havaiana foi bastante amada; de facto, a notória e modesta Tennent admitiu que foi “um dos poucos quadros com que estou quase satisfeita.” Um apaixonado entusiasta de arte moderna comprou o quadro na segunda exibição em Londres de Tennent, e por muitos anos ficou junto com trabalhos de Picasso, Matisse, e Bonnard na sua galeria. Quando Madge e o seu marido estabeleceram a Fundação de Arte Tennent em 1954, o colecionador inglês vendeu-o com relutância novamente. Por 51 anos, a coleção da fundação — a maior do trabalho de Tennent no mundo — foi publicamente exposto na casa da própria artista em Honolulu; agora está no Centro de Arte Isaacs na Grande Ilha do Havai, onde uma grande retrospectiva da vida e legado de Tennent está em exposição até 12 de Novembro.