A Alcoviteira by Johannes Vermeer - 1656 - 143 x 130 cm A Alcoviteira by Johannes Vermeer - 1656 - 143 x 130 cm

A Alcoviteira

Óleo sobre tela • 143 x 130 cm
  • Johannes Vermeer - 1632 - December 1675 Johannes Vermeer 1656

Hoje, com esta incrível obra de Vermeer, inciamos a nossa parceria mensal com Staatliche Kunstsammlungen Dresden (Colecções Nacionais de Dresden). As colecções deles são inacreditáveis - vamos apresentar as suas obras-primas pelos próximos quatro Domingos. Aproveite!

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Grande parte desta pintura é dominada por uma carpete. Através do padrão altamente reconhecível, podemos identificar que é uma carpete de Uşak, um lugar na Anatólia Ocidental com uma grande e rica tradição em carpetes. O espécime retratado aqui pode ser datado à primeira metade do século XVI, devido ao assoalho azul escuro e ao medalhão central vermelho em formato de cebola. Carpetes orientais também podem ser encontradas em diversas outras pinturas, cuja arte muitas pessoas admiravam bastante.

Nesta pintura, Vermeer transferiu a grande escala das suas primeiras cenas históricas para um tema de pintura de género. Com este outro género de pintura, uma nova e surpreendente maneira de ver e de pintar também tomou o tema central no seu trabalho. Ele inspirou-se nas pinturas de um grupo de artistas holandês cujo ápice havia sido 30 anos antes: o Caravagismo de Utrecht. Começando com "A Alcoviteira", os elementos desse movimento artístico passam a ser emprestados ou referenciados no seu trabalho posterior.

Vermeer aparentemente começou a pintura com a intenção de retratar uma cena de género com quatro figuras de tamanho quase real, na tradição de Caravaggio. O grupo encontra-se atrás de uma balaustrada, onde os modelos comunicam tanto a si mesmos quanto ao espectador num espaço muito estreito. Vermeer mostra-nos uma cena alegre e calma, a qual, à primeira vista, não mostra a condenável natureza da cena. Entretanto, ele não nos deixa dúvidas de que é uma cena de domínio: O homem elegantemente vestido está a pagar enquanto a sua mão esquerda sente o seio da jovem mulher. Também não é uma coincidência que as mãos envolvidas em entregar o dinheiro estejam bem no centro da composição, que é dividida horizontalmente em duas metades pela ponta superior da barreira.

P.S. Leia sobre um segredo revelado noutra obra de Vermeer em Dresden, a famosa Rapariga a ler uma Carta à Janela, aqui <3

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