Esta paisagem lírica e evocativa foi provavelmente o primeiro grande quadro do início da maturidade de Henry Ossawa Tanner, exibido pouco antes de ter sido completado na Academia de Belas-Artes da Pensilvânia e na Academia Nacional de Desenho, em Nova Iorque.
Dunas de areia é composto por uma ousada ventania numa praia cercada de dunas. Notavelmente, onde a areia está representada, o artista misturou areia de verdade nos seus pigmentos para imitar a textura. O ponto de vista é o de alguém que caminha sozinho na praia isolada, percorrendo o canal raso em direção à beira da água. A água é vislumbrada à frente com pequenas e calmas ondas que rebentam na praia; o oceano é apenas uma ínfima parte debaixo do céu do pôr de sol. A própria paisagem das dunas imita o eterno movimento do oceano. Na pouca vegetação, Tanner captura na perfeição a permanence inclinação causada pelo vento nos fortes tufos de ervas marinhas que ritmicamente cravam-se na areia. A faixa de sombra cinza esverdeada que divide a figura parece ecoar o movimento do vento que não podemos sentir. O sol (fora da imagem, à direita; estamos encarando o leste) tinge o céu com um brilho rosa, e a lua eleva-se entre a bruma da noite que se aproxima.
P.S.: Leia mais sobre Henry Ossawa Tanner, artista pioneiro da arte afro-americana, clicando aqui.
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