Albert Marquet
O ano de 1920 marcou um ponto de viragem na vida profissional e doméstica de Marquet. Depois de ter recuperado de fraca saúde no ano anterior, enquanto trabalhava em Paris e Marselha, partiu em busca de um clima mais quente, bem como de novos temas para o inspirar. Viajou em Janeiro de Marselha para Argel. Pouco tempo após a sua chegada, escreveu a Matisse, a George Besson (o seu biógrafo), e a outros, falando dos seus novos arredores. Armado com uma carta de apresentação, conheceu Marcelle Martinet; ela levou-o a fazer longas caminhadas em Argel e arredores, e eles casaram-se posteriormente em 1923.
Madame Marquet recordou o início da sua vida conjugal, um período que foi pontuado por viagens frequentes, quase sempre para lugares perto de hidrovias movimentadas incluindo marinas, portos, mares, e o Sena: "Em 1923 começámos a nossa vida juntos com uma estadia de seis meses numa pequena cidade tunisina. Vivemos com simplicidade, dividindo o nosso tempo entre trabalho e passeios num dos locais mais bonitos do mundo - casas brancas e azuis, suspensas em penhascos entre o céu e a água - um local tão bonito que Marquet nunca quis regressar, dizendo que nada mais havia a acrescentar à sua impressão".
Madame Albert Marquet a Ler, pintada em 1924, retrata a esposa do artista na varanda com vista para a Baía de Argel. Madame Marquet escreveu: "A sua autoridade manifestava-se quando começava a trabalhar; reparei nela quando o vi pintar, particularmente quando ele fez o meu retrato. Assim que começou a pintar, tudo deixava de existir, exceto ele próprio e o seu tema. Ele prosseguiu com certeza, como se fosse guiado por uma força interior. Ele eliminava o superficial, acentuava o essencial. O que lhe conferiu essa sólida autoridade foi o facto de ele fazer o que tinha de ser feito; não podia fazê-lo de outra forma. Nenhuma moda, nenhuma tendência o podia dominar".
Até amanhã, em Julho!
P.S. Vamos fazer uma viagem! Aqui estão os amados destinos de viagem dos artistas, tal como vistos através da sua arte. <3