Sémiramis construíndo a Babilônia by Edgar Degas - 1861 Musée d'Orsay Sémiramis construíndo a Babilônia by Edgar Degas - 1861 Musée d'Orsay

Sémiramis construíndo a Babilônia

óleo sobre tela •
  • Edgar Degas - 19 de Julho, 1834 - 27 de Setembro, 1917 Edgar Degas 1861

Este quadro foi iniciado por volta de 1860 e permaneceu no estúdio de Degas até a sua morte. A pintura retrata uma cena mitológica: Sémiramis, a rainha da Assíria e fundadora da Babilônia, está de pé em uma das margens do rio Eufrates contemplando a construção da cidade que veio a se tornar uma das Sete Maravilhas do Mundo. Alguns detalhes do quadro sugerem que o impressionista Edgar Degas baseou seu trabalho em pesquisas históricas. A carruagem na extrema direita e o estilo do penteado da rainha parecem ter elementos iconográficos tirados de um estudo de relevos assírios que recentemente chegaram ao Louvre. Vários desenhos que agora fazem parte do acervo do Departamento de Artes Gráficas do Museu de Orsay mostram o trabalho preparatório de Degas para este quadro. Conforme a tradição da academia neoclássica, os personagens eram desenhadas separadamente, primeiro nus e depois vestidos com cuidado, relembrando o “modus operandi” dos mestres da renascença italiana. Acreditava-se que Degas retirou a inspiração para este quadro da ópera de Rossini que continha o mesmo tema e que estreou em Paris em Julho de 1860. Mas os quadros de Piero della Francesca que Degas viu em Arezzo no final da década de 1850 são uma influência mais clara. É como se os mestres do passado tivessem a chave para a salvação da pintura histórica. De fato, Degas fez vários quadros histócos, incluindo este, entre 1860 e 1865, muitos deles encorajados por Gustave Moreau que era um amigo próximo na época. Trazendo à discussão a relevância deste gênero da pintura contemporânea, ele tentou combinar a reconstrução histórica baseada em cópias de fragmentos com uma abordagem plástica que assimilava os códigos pictóricos que ele aprendeu com Jean Auguste Dominique Ingres, um pintor francês neoclássico.