Passeio – Ciprestes

Anteriormente, aos sábados, nós apresentamos imagens do final do século XIX e início do XX, provenientes da coleção do Museu Nacional da Cracóvia (Polônia). Esta é a bela litografia de hoje: Passeio - Ciprestes retrata um grupo de mulheres que está de pé, ou melhor, que passeia calmamente próximo ao rio. Suas margens estão cheias de álamos ritmicamente plantados, atrás dos quais podemos ver veleiros flutuando. À distância há pequenos montes que erguem-se sobre a margem oposta. A representação é dominada por vários tons de azul; apenas a fina faixa de grama ou areia em primeiro plano destaca-se, composta por amarelo e marrom. Toda a cena irradia ordem, paz e uma certa harmonia. Nenhum impulso de movimento ou vida nos é transmitido. Temos a impressão de que o tempo está parado, congelado. O vento parece ter ficado permanentemente sobre a superfície da água e por entre as folhas dos arbustos e das árvores, e dessa forma, a cena parece ocorrer fora do tempo. Esta é uma das duas litografias coloridas feitas por Henri-Edmond Cross seguindo os princípios do pontilhismo, que envolve compor imagens aplicando pequenos pontos de cor, espaçados de maneira densa e precisa. Nessa técnica detalhada e monótona, não havia espaço para a aleatoriedade de traços instintivos e dinâmicos. No entanto, estes pontos – quando vistos de uma certa distância – unem-se, formando uma superfície vibrante, com uma emanação clara e brilhante. A atmosfera do pontilhismo trabalha de maneira única, poética, como se proveniente de outro mundo. O francês Henri-Edmond Cross foi um pintor, gravurista e escultor, que também criou produtos em cerâmica e vidro. Em 1884, foi um dos fundadores do Salon des Indépendants, em Paris, onde conheceu os futuros Neo-Impressionistas (entre eles Georges Seurat e Paul Signac) que o inspiraram a utilizar a técnica do pontilhismo.

Tenha um excelente final de semana!