The Fang peoples
Hoje temos algo especial para você - raramente apresentamos objetos como esse. Muito raramente, e este é o meu erro. Aproveite o "Pensamento Artístico" dessa quarta-feira do nosso colaborador, Artur Deus Dionisio: “Há uma intuição comum para separar o reino da arte do reino do raciocínio. Os métodos frios das ciências objetivas parecem não se aplicar diretamente às sutis sensibilidades requeridas pela arte. Há uma mística em torno da criação, a inspiração parece ser impossível de definir, e ainda é encarada como uma musa caprichosa. Talvez isso tenha algo a ver com as origens primitivas e as motivações da vontade de criar… ”
Estatuária africana, como máscaras (usadas em diferentes culturas ao redor do mundo), foram criadas sobre uma motivação espiritual para realizar rituais, de modo que este objeto tenha transcendido a mera observação para ocupar um lugar intangível entre a tribo. Esta escultura foi criada pelo povo Fang, um grupo étnico presente em maior número na Guiné Equatorial e (anteriormente Português) São Tomé e Príncipe. Essa cultura desenvolveu uma percepção de “ininterrupção”, fluindo entre gerações, através de seu passado. Essas representações generalizadas de seus ancestrais por meio de esculturas eram uma forma de chamar atenção para suas relíquias em momentos de necessidade. Talvez essa propriedade mística interna da arte tenha sido mantida ao longo dos tempos e, assim, a maneira como parece tão distante dos ativos da ciência...
Durante o início do século XX, artistas de vanguarda foram influenciados pela escultura africana; você consegue identificar as semelhanças entre esta peça e os retratos de rostos longos de Modigliani?