Cimon e Ifigênia

Frederic Leighton é mais conhecido por sua outra pintura – Junho Flamejante - que já apresentamos duas ou três vezes (é claro, porque eu realmente a amo, confira em nosso Arquivo). Talvez você não conheça a história de Cimon e Ifigênia.

A fonte direta da narrativa é o Decamerão, de Boccaccio, na qual o jovem bonito e bem nascido Galesus foi renomeado Cimon – que significa besta – por causa de sua brutalidade. Em uma tarde amena em maio, Cimon se deparou com Ifigênia adormecida, sentindo imediatamente que ela era "o objeto mais adorável que qualquer ser mortal já vira". Ao se apaixonar instantaneamente, ele se tornou um devoto da beleza e da filosofia por toda a vida.

Eu sempre quis saber como todos os protagonistas míticos gregos simplesmente encontram ao acaso outros protagonistas adormecidos assim. De qualquer forma, de acordo com uma história publicada em 1897, Leighton passou seis meses procurando por toda a Europa uma modelo que correspondesse à sua imagem ideal de Ifigênia. Ele viu uma jovem atriz, Dorothy Dene, em um teatro em Londres e sua busca terminou. Possuindo uma clássica beleza grega, Dene tinha cabelos ondulados dourados, e excelente textura e coloração de pele em seu rosto; ela era mais alta que a média, com braços e pernas graciosos, junto com um “busto primorosamente moldado”.