Vincent van Gogh
Hoje começamos nossa nova parceria mensal - desta vez com a National Galleries of Scotland. Eles têm uma magnífica coleção de arte portanto, esteja preparado para algumas estrelas pós-impressionistas! O rápido desenvolvimento de Vincent van Gogh como artista é uma das grandes histórias da arte da Europa Ocidental. Sua carreira como pintor durou apenas dez anos, mas em pouco tempo ele evoluiu de um amador inepto para um mestre verdadeiramente original. É uma história com momentos de grande drama, incluindo sua luta contra a doença mental que termina em sua morte prematura. As pinturas de Van Gogh, no entanto, não são exemplos de sua vida turbulenta nem dos resultados de uma mente torturada. Como pintor, ele tinha uma noção muito clara de sua missão artística; Ele tinha sentimentos profundos sobre a natureza, a humanidade e trabalhou com grande persistência para desenvolver abordagens de desenho, cor e composição que pudessem expressar o que ele chamava de "um sentimento humano sincero".
Oliveiras foi pintado em 1889 quando Van Gogh estava hospedado no Asilo de Saint-Paul-de-Mausole em Saint-Rémy, Provence, no sul da França. O artista tinha sido admitido a este asilo voluntariamente após o colapso que sofreu nas proximidades de Arles no final de 1888. Esta foi uma época difícil para Van Gogh, marcada por períodos de lucidez e confiança que foram intercaladas com colapsos e prolongada ataques de depressão. Quando se sentiu capaz, pintou nos jardins do asilo ou na zona rural circundante, onde se concentrou em paisagens com ciprestes, vistas das montanhas e, especialmente, dos abundantes olivais.
Esta pintura foi provavelmente uma das primeiras entre um grupo de pinturas de oliveiras que ele fez durante o verão de 1889. Há um desenho energético feito com pincel e tinta que retrata quase exatamente a mesma visão, e o estilo animado e espontâneo de ambos os trabalhos, sugerem que foram feitos estudos diretamente em frente ao motivo. A composição simples é dominada pelo contraste entre as pinceladas regulares, pintadas, que animam o primeiro plano inclinado e as pinceladas longas e onduladas que retratam os troncos torcidos das oliveiras ou os ritmos redemoinhos na folhagem. Contudo é a cor variegada neste estudo, que é mais notável.
Van Gogh capta habilmente o efeito da forte luz filtrada através das árvores e das poças de sombras frias na terra abaixo. Ele foi totalmente cativado pela mudança de cores dos olivais. Alguns meses antes, em 28 de abril de 1889, ele escrevera a seu irmão Theo: “se você pudesse ver as oliveiras nesta época do ano… A velha folhagem de prata esverdeando contra o azul. E o solo arado alaranjado. […] - é uma coisa de tamanha delicadeza - tão refinada. ”
O olival tornou-se um dos temas favoritos de Van Gogh durante seu tempo em Saint-Rémy e ele chegou a ver a árvore como sendo característica da Provence. Mas foi também um assunto que teve significado mais profundo para Van Gogh. No verão anterior, ele havia abandonado uma tentativa de pintar um tema religioso mostrando Cristo no Monte das Oliveiras. Ele achou difícil trabalhar com sua imaginação e agora sentia que era importante usar a natureza como ponto de partida. Em suas pinturas de olivais, ele encontrou uma razão que poderia levar associações religiosas de uma maneira natural e não forçada. Na pincelada exagerada e nas cores vivas de pinturas como as Oliveiras, ele conseguiu expressar as forças subjacentes da natureza que, para ele, transmitiam algo passional, sobrenatural e eterno.