Vincent van Gogh
Vincent van Gogh era fascinado pelos vastos campos de trigo que se alastravam sobre Auvers-sur-Oise, uma cidade ao norte de Paris onde ele viveu durante os dois últimos meses de sua vida. Ele pintou várias imagens destes campos em seus últimos dias de vida, incluindo esta paisagem com um ceifador colhendo os grãos dourados enquanto os feixes empilhados descansam, imóveis, próximos da vila e, ao fundo, as colinas azuis distantes. Ele pintava ao ar livre, em uma reação direta à paisagem, como os impressionistas costumavam fazer. No entanto, nos quadros de van Gogh, a cor é mais ousada e com menos nuances, as pinceladas mais pesadas, mais regulares e mais nítidas, as formas e espaços livremente distorcidas e o ritmo circular e enfático. Ele buscava expressar o que era, para ele, a característica mais essencial da paisagem, e, ao mesmo tempo, "desembrulhar", como ele mesmo disse, o que entendia e sentia como sendo a expressão e a alma da natureza, "evocar uma natureza mais intensa e reconfortante do que um único e rápido relance da realidade pode nos deixar perceber." Embora inspirado pela simples observação dos seus arredores, van Gogh também via um significado simbólico nos campos de trigo e na figura do ceifador, que além do simbolismo, evocavam emoções sublimes, quase que religiosas. Falando sobre uma pintura anterior com o tema do ceifeiro, ele explicou em uma carta para seu irmão Theo: "Vejo nele a imagem da morte, no sentido de que a humanidade seria o trigo que ele está ceifando... Mas não há nada de triste na morte, ela segue seu caminho em plena luz do dia, enquanto o sol inunda tudo com uma luz de puro ouro... É uma imagem da morte como a encontramos no magnífico livro da natureza... "
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